terça-feira, 12 de maio de 2009

Inferno pessoal.

Como os mais observadores devem ter percebido (pelo post "philosophie..."), Tem visita em casa. E, ao contrário da maioria das visitas, essa vai demorar para ir embora. Sim. Minha vó.

Eu sei que a maioria das avós são senhoras super fofas e gentis, que fazem maravilhas culinárias, contam piadas, não te dão cuecas de aniversário...e vocês neste momento estarão pensando:
“Meeu! Como ele pode falar assim da vovozinha dele!”.
Mas a minha vovózinha não se encaixa no estereótipo de vovó idealizada pelos romances mundiais. Que fique claro isso. Ela é totalmente o oposto.

Eu me sinto em um inferno pessoal que parece não ter fim. A cada momento eu imagino as coisas terríveis que podem acontecer. E não é exagero. Da última vez que ela ficou aqui, ela quebrou a porta do armário (encima de mim e a porta pesa no mínimo uns 40 quilos) e colocou fogo na cortina com cigarro. Isso em dois dias.

Já é o terceiro dia de ocupação.
A casa está impregnada com o cheiro de cigarro com gases.
Eu não tenho mais coragem de entrar no banheiro antes de 8 horas após o uso.
Eu não tenho mais coragem de ficar em casa antes de 8 horas após o uso do banheiro.
Minha escova foi obrigada a migrar de banheiro graças à dentadurafobia que ela desenvolveu.
Em breve ela vai migrar para a cozinha... Minha vó não se contenta em apenas destruir o meu banheiro, o lavabo é mais perto da TV.
O sofá fede.
A sala fede.
Meu quarto fede.
Vou deixar o colchão no sol por 3 anos antes de deitar nele novamente. Se deitar.
Minha cachorra não sai mais da lavanderia.
Fazem 3 dias que eu não vejo um inseto sequer dentro de casa.
Fazem 3 dias que não aparece um pedinte.
Fazem 3 dias que eu não consigo estudar.
Rádios AM que eu nunca ouvi na vida agora fazem parte do cotidiano.
Novelas que passam de tarde agora fazem parte do cotidiano.
Passar o dia na varanda agora faz parte do cotidiano.
Pensamentos de jogar senhoras da escada agora fazem parte do cotidiano.
Ela não usa faca, usa os dedos.
Ela não usa guardanapo.
Ela não dá descarga.
Ela usa todos os banheiros da casa.
Ela consegue desestruturar qualquer família.

Estou doando uma velhinha, não lava, não cozinha e dá muito trabalho.
Tratar com Rolandão, o vendedor ambulante da minha sala.

Por um neto ingrato

4 comentários:

  1. isso não é vó meu amigo, é pesadelo!!
    saia de casa...
    pergunta: Pq vós fedem???a minha também meoo, insuportável

    abraços, legal o blog

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  2. neto ingrato????

    Bah, tu até que é bonzinho, diante do desconforto em que tú estas até que é bonzinho, ms ri muito, me desculpe, foi engraçado.Depois que ela for embora(se for)conte-nos o que sobrou de sua casa e obviamente de vc.
    abraços!!!
    Blog massaaaa

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Obrigado pelo comentário :]