terça-feira, 23 de junho de 2009

Ironia também é arte

Por Tati Rosset

O Machado de Assis é conhecido principalmente pela ironia dele, uma ironia leve, sutil, que ao mesmo tempo que era cômica, transmitia para os leitores a verdadeira opinião do autor sobre o assunto tratado, por isso que devemos ler os livros do Machado de Assis durante todos os períodos da nossa vida, por que nunca o entenderemos do mesmo jeito que antes.

O mais curioso é que essa característica, a principal, só foi adquirida por ele com o passar do tempo, não foi algo imediato, que nasceu com ele. É claro que o dom estava lá, foi só um pequeno começo, para ele se tornar o mestre na arte da irônica (sim, pra mim ironia é uma arte: a arte de dizer o que você quer sem realmente dizer nada).

De certa forma, eu me sinto como ele: eu sempre tive um pouco de ironia presente no meu dia-a-dia, mas nunca foi algo muito intenso. Depois de um certo período da minha vida, a ironia passou a ser algo parecido como o ar, se tornou minha principal característica. É claro que eu NUNCA vou ser um mestre nessa arte como o meu ídolo brasileiro literário, o grande Machado de Assis (Paulo Coelho quem?), mas só de saber que assim como a minha ironia, a ironia dele foi sendo adquirida com o tempo, faz com que eu me sinta bem.

É como se fosse meu escudo protetor. Só é preciso um pouco de cuidado com ela, é uma arma letal quando usada da maneira errada.

Eu e o Lê estamos sumidos, eu sei (o Lê principalmente), mas estamos em semana de simulado, penúltima semana de aula, cheios de lições a fazer e aulas a assistir (e redações e desenhos a entregar). Espero que essa bagunça passe logo. Espero em breve postar sobre as minhas aventuras em terras argentinas e sobre a dor de cabeça que ela me trouxe na volta a minha querida cidade.

Música Para:
Dias de bad-trips fenomenais:
Oasis – Little By Little

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Feliz dia da falta de patriotismo.

Por Tati Rosset

Peço desculpas pela minha ausência e do meu companheiro de blog. O feriado deixou tudo um tanto quanto mais corrido que o habitual, e ainda estamos no adaptando as novidades que nos rondam no nosso dia-a-dia. Mas aqui estamos nós novamente, esperando seus comentários e querendo ouvir suas experiências.

Há um certo tempo que estou pensando sobre o que escrever no blog, afinal fiquei uma semana inteira sem postar aqui, e o mínimo a fazer seria postar algo decente. Pensei em postar algo sobre as minhas descobertas culturais que fiz no ultimo feriado, mas essa idéia foi logo abandonada com a notícia que darei.

Hoje, o nosso querido, eficiente e trabalhador supremo tribunal federal aprovou a lei mais ridícula, sem sentido e vergonhosa da história recente do país (desconsideremos ditadura militar e afins ta? História recente é das últimas décadas, ou do governo Lula e FHC, como preferirem): á partir de hoje, diplomas para exercer a profissão de jornalista (que nunca foi devidamente regulamentada e reconhecida, convenhamos) não são mais necessários, sendo que qualquer um que se atreva a escrever algo bonitinho pode ser contratado por lugares e ser, adivinha só, jornalista!

É a democratização dos meios de comunicação! Não importa se você tem cinco anos ou cinqüenta, não importa se é um pedreiro ou o Roberto Justus, á partir de hoje você pode ser considerado um jornalista! Parabéns pessoal, porque afinal, jornalismo é como gastronomia: é preciso de feeling, e não de um curso pra se aprender a fazer determinada coisa!

A cada dia que passa percebo como preciso sair desse país o mais rápido possível, como tudo que acontece aqui me perturba e me magoa. Porque ao invés de dar uma atualizada na nossa constituição SUPER eficiente, eles ficam votando leis (8 a 1, não foi nem apertada a votação!) para colocar o poder mais eficiente de formação de massa de manobra nas mãos de quem talvez não tenha nem noção do que está fazendo!

Os meios de comunicação são formadores de opinião! E eles querem colocar esses mesmos meios, num país que já passou do termo “degradado” nesse aspecto, sob a responsabilidade de quem ACHA escrever, de quem ACHA que sabe alguma coisa, que ACHA que formação superior é ridícula.

Eu só queria saber quem foi o idiota com menos de dois miolos que COMPROU essa lei, porque é obvio que num país porco capitalista que nem o nosso, essa lei só pode ter sido comprada, e provavelmente vai acabar em pizza, como tudo que acontece aqui. “vamos deixar por isso mesmo, mais tarde agente ajeita a bagaça ai!” deveria ser o lema dos brasileiros! Por que é isso que fazemos não é? Deixamos para o próximo presidente, para o próximo prefeito, para o próximo empregado, para a próxima geração.

São Paulo, você é a possuidora do meu coração, preciso de você como não preciso de nenhum outro lugar do mundo, percebi isso na minha ultima viagem, que eu quase chorei voltando pra casa, mas não vejo a hora de conseguir me livrar do meu país, a minha pátria, que não resolve nada, que não presta atenção em nada, e que menospreza profissionais que são o resumo de tudo aquilo que somos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

E voltamos pra história do livro...

Por Tati Rosset

Será que eu sou idiota ou coisa do tipo? Não sei. Um autor não escolhe um espaço ou tempo de seu livro sem propósito, tudo tem sua função. Eu escolhi o tempo, eu escolhi o lugar, eu escolhi o meu foco narrativo: primeira pessoa do plural.

Acredito (eu, apenas eu) que nada acontece por acaso. Por mais assustadora ou desastrosa que uma situação possa parecer, ela vai trazer alguma mudança significativa pra sua vida, ela não vai só “encher linhas” na sua história.

Assim como o tempo e o espaço, personagens são tão importantes quanto o enredo da sua história, pois são elas que montam o seu enredo. Por isso o meu foco narrativo é a primeira pessoa do plural, porque o meu enredo é conjunto, e não egoísta. Saber que várias pessoas serão influenciadas pelas minhas decisões me ajuda a pensar mais antes de fazer alguma coisa (o que é bom, porque eu tenho o péssimo hábito de agir por impulso). Não que as pessoas em sua vida representem uma falta de personalidade ou a sua baixa capacidade de tomar decisões sozinho. Não, eles apenas influenciam por ser parte da sua decisão, você pensa neles antes de fazer alguma coisa.

Todos que passaram pela minha vida têm sua função: vilões, amigos, semeadores da discórdia, paixões platônicas, amores impossíveis. Todos, sem exceção! Porque todos os momentos são únicos e fazem parte de quem eu sou. Dos meus amigos de infância aos parceiros de sala 26, todos refletem minha personalidade. Eles são a essência, minha e dos meus contos, são minha história. Todos eles somados a sabedoria dos meus pais, se transformaram no “eu” que hoje vos escreve.

Obrigada por me deixarem amá-los e por serem insubstituíveis, componentes da minha alma! Obrigada por serem os pais e amigos que eu sempre quis! Conseguiria viver sem vocês, mas seria uma existência vazia e sem sentido.



Música Para:
Antes de sair num sábado à noite: Mando Diao – Dance With Somebody


PS: gostaria de ressaltar que agradeço ao meu querido amigo Leandro pelos elogios vistos no ultimo post. E gostaria de avisar as mocinhas desapercebidas que meu caro companheiro de cafeína na corrente sanguínea tem olhos verdes. Sem mais, para bom entendedor, meia palavra basta (que falta de originalidade)!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A farsa dos dezoito anos II

Por Leandro M.

Fala galerinha do mal! Faz tempo que não passo por aqui, estava com saudades (:

Antes de falar asneiras como sempre, só queria dizer algumas palavrinhas rápidas sobre o meu cotidiano que parece agradar tanto vocês! No sábado foi minha festíssima de aniversário! É pessoal! Dezoitcho aninhos! Já posso começar a desobedecer a minha mãe e colocar fotos minhas na Internet! Uhul!

Aliás! Os mais observadores vão perceber que agora finalmente tem fotos nossas no blog! Ali encima ó! Agora sim o blog vai bombar! Não só porque imagens dão um tom alegre para o ambiente mas porque a Tati é linda e vai atrair muitos fãs. Tati, we love you.

Ainda falando da fã número 1 do meu chapéu cinza, eu concordo em partes com ela. Para mim, dezoito anos é sim uma mudança significativa, mas não tão surpreendente quando o meu EU de três anos atrás pensava. No dia 1 de junho eu também acordei no mesmo quarto, tomei banho no mesmo chuveiro, me olhei no mesmo espelho de sempre e eu não estava azul, nem brilhante e nem tinha nenhuma marca que me diferenciasse do dia anterior.

Talvez até tenha alguma mudança, mas eu ainda não percebi...ela é inconsciente! Pouco a pouco ela vai aparecendo. Seria ela maturidade? Espero. Já passou da hora de dar porrada nos amiguinhos quando aparece um fusca azul ou coisa do tipo... Mas, ao mesmo tempo, eu começo a valorizar o passado. É! Aquela infância idiota que eu sempre odiei enquanto convivia com ela e agora só me restam saudades e arrependimentos de não ter feito mais coisas, de ter ficado no videogame tardes inteiras enquanto as outras crianças corriam, brincavam e viviam. Eu nem tenho histórias pra contar de fora do meu apartamento. Cair no carpete não machuca.

Mas tudo bem, não guardo rancores da super proteção da minha mãe. Um beijo pra você mamãe! O importante é viver o presente. O passado só serve pra ter assunto em rodinhas de bar, o que, convenhamos, é fundamental para o início da vida adulta! Obrigado Brahma por existir e iluminar minha vida nos momentos mais propícios.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Farsa dos Dezoito Anos.

Por Tati Rosset

Eu lembro que desde os primórdios da minha infância, eu ouvia a célebre frase: “quando você tiver dezoito anos...”. Pois bem, a pessoa que vos fala, e o companheiro de blog dela, que estão muito desatualizados, por sinal, fizeram dezoito anos nessa ultima semana. Geminianos que somos, eu no dia trinta de maio, e ele no glorioso primeiro de junho. Dezoito anos completos, começamos a analisar a nossa vida com a perspectiva da maioridade.

Eu posso ser presa e não sair com a ficha criminal limpa depois disso, mas até ai não faz diferença alguma, afinal eu nunca planejei matar/roubar/esquartejar ninguém até hoje. Eu também posso comprar bebida alcoólica, como se num país como Brasil eu já não conseguisse fazer isso antes! Respondo por praticamente todos os meus atos, mas que ser humano não responde?

Eu queria tanto sentir a diferença de fazer dezoito anos que quando acordei no dia do meu aniversário, sentei na cama e expirei o ar o mais profundamente que consegui. Resultado: o ar era o mesmo de ontem, que provavelmente era o mesmo de quatro anos atrás. Meus amigos continuam os mesmo, a minha individualidade também. E foi ai que eu comecei a pensar sobre aquela famosa frase: “Dezoito anos só se faz uma vez na vida”.

Essa é, sem dúvida, a frase mais incoerente que eu já ouvi em toda minha vida! É claro que dezoito anos só se faz uma vez na vida, assim como os dois anos, os sete, os dez, o quinze, os quarenta e três...

Todo aniversário só se faz uma vez na vida, então é simplesmente ridículo achar que só porque você fez dezoito anos, e que na teoria é uma idade já pré estabelecida pela sociedade como “comemore meu chapa”, que algo tem que ser diferente.

A única real diferença que estou sentindo é o tempo. Todo mundo fala que o tempo passa muito mais rápido conforme você vai “envelhecendo”. É verdade, parece que foi ontem que eu fiz quatorze, que eu pensava “mais quatro anos são os dezoito”, e cá estou eu, já com dezoito anos, e o tempo passou tão rápido, e parece que passa voando cada vez mais. Isso é um pouco ruim, é como se a melhor fase da minha vida fosse passar voando, na frente dos meus olhos.

Portanto, meus caros amigos leitores, não se deixem iludir pelo sonho de fazer dezoito anos. É ótimo, como qualquer outro aniversário, mas sua vida não vai mudar radicalmente por que você fez dezoito anos, pois isso é só uma faixa cronológica, o que importa mesmo é a sua cabeça por dentro. Não importa a idade, não podemos nunca envelhecer. Amadurecer sim, envelhecer jamais!

E só pra constar, eu estava com meus amigos comemorando no bar, como é de costume. Fui comprar uma cerveja, pra ver se pelo menos ai alguma coisa ia mudar. Não mudou nada, eu comprei como sempre compro, eu bebi como sempre bebo, e joguei papo pro ar, como sempre jogo.

E quase ia me esquecendo! Sofia, amiga mineira, a base da minha alimentação desde o começo do ano tem sido café, pão de queijo e molho shoio. Portanto, agradeço o parabéns com café e pão de queijo, são os alimentos que fazem a minha manhã!