sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Ilusão da Individualidade

Sementes ao serem plantadas carregam consigo uma série de informações genéticas que permitirão que elas tenham um desenvolvimento padrão para a espécie. Elas germinarão, crescerão e se tornarão belos girassóis. Mas eles não são iguais, dependendo da quantidade de nutrientes disponíveis, do tipo de solo e da insolação que receberem, eles podem ficar com diferentes tamanhos.

Homens são girassóis. Carregamos as informações genéticas inerentes à nossa espécie, mas elas não são suficientes para nos dizer quem somos. A nossa identidade, nossa essência, é resultado de uma intensa antropofagia que fazemos desde o nosso plantio até a última primavera. Isso é essencial pois é daí que surge a individualidade.

O problema é que, após um tempo absorvendo tudo à nossa volta e após imaginarmos que estamos realmente formados, passamos a acreditar que a nossa opinião é única e verdadeira, que os problemas não estão em nós e sim nos outros, e estamos sempre a postos, como cães farejadores, prontos para detectar, atacar e criticar todos os defeitos alheios, sem perceber que, na verdade, eles são muito semelhantes aos nossos.

Falta ao Homem reconhecer em si mesmo que ele é um produto do meio e, por conseqüência, ele é reflexo de todos à sua volta. Falta ao Homem reconhecer que ele é homens, que a individualidade é uma ilusão e que, como o girassol, ele simplesmente passa a vida acompanhando outros girassóis em um bem ensaiado e colorido ballet.

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