domingo, 17 de maio de 2009

Através do vidro do meu carro

Por Tati Rosset

O nível de improdutividade hoje está alto. Não tenho grandes casos pra contar, nem o Lê, mas ai eu lembrei de algo que me aconteceu na sexta feira, e que me fez conhecer a São Paulo por trás da São Paulo que eu achava que conhecia.

Estava eu e minha família indo para um casamento em um local que nem na cidade de São Paulo é: já era outro Município, mas era pertinho e eu tinha aula no sábado, então resolvemos ir e voltar pra casa, e não ficarmos em um hotel ou coisa parecida. Nos arrumamos e saímos da casa da minha vó (que é um pouco melhor que a vó do Lê) pontualmente as oito horas (meu pai nos obriga a ser pontuais). Pegamos a Ayrton Senna (tão famosa Ayrton Senna), passamos pelo aeroporto, e ai chegamos ao tema do meu post de hoje.

Não sei exatamente que bairro que era, nem qual era o nome da avenida (a avenida mais longa que eu já peguei na minha vida, de fato), só sei que era na Zona Leste (quote: absolutamente nada contra a ZL, estudei meus três últimos anos lá, meus avós moraram toda a minha infância na Mooca, cresci lá praticamente), uma Zona Leste que ninguém que lê esse blog deve conhecer. A única coisa que sei é que passei por dois corpos (de seres humanos), o que foi realmente traumatizante: O primeiro estava com apenas um carro policial ao lado, com alguém com a mão na jugular da pessoa ao chão, provavelmente checando o pulso dela, e o segundo, mais traumático, estava cercado por carros de policia e ambulâncias.

Eu sempre amei São Paulo, e continuo amando mesmo depois disso, mas o que eu vi sexta feira, nessas poucas horas de carro, realmente me assustou e me deixou chateada.

É triste que pessoas da mesma idade que eu não tenham acesso as mesmas coisas que eu tenho, que não tenham direito a uma educação decente, a pais presentes, a ir a lugares legais, que transmitam cultura e lazer, que vivam em condições que os níveis da maioria das pessoas considera sub-humana.

É o que o livro “O cortiço” fala: o meio muda as pessoas. E realmente muda! É incrível como por questão de sobrevivência ou de educação as pessoas são levadas a fazer atos que considero tristes e não condizentes com a natureza humana, por quê na minha singela opinião, o ser humano nasceu sim bom, nos é que nos corrompemos conforme a vida passa (e agora mais do que comprovado, pelo ambiente em que vivemos). Não é a toa que as crianças são consideradas os seres mais adoráveis e verdadeiros que conhecemos: elas ainda não foram corrompidas pelo meio!

É isso, em questão de horas passei de uma realidade a outra, o que me fez refletir e ficar realmente triste, pois a cidade que tanto amo consegue ser ao mesmo tempo catastrófica e maravilhosa.

P.s.: eu e o Lê pedimos desculpa pela falta de atualização do blog, é que nos andamos com o tempo realmente escasso e com a criatividade no meio de uma crise.

3 comentários:

  1. peloamor...onde vc foi???como foi o casamento??
    fiquei curiosa hahahaha

    parabens pelo blog

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  2. nossa, mandou MUITO bem ! esse é o tipo de coisa que eu sempre* penso quando ando de carro .. e que me deixa muito revoltada e com vontade de fazer alguma coisa pra mudar, mas nunca sei o que. me sinto incapaz de qqr mudança, até por que não sei por onde ou como começar ...

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  3. burguesaaaaaaaaaaaaaaaaaa..

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Obrigado pelo comentário :]